Ele percorre minha cabeça com seus ritmos inconstantes, me faz voar,
darçar sobre as nuvens.
Ele só vi passar, milhares de vezes sim, sem notar que no fundo daqueles
olhos encontraria a magia perfeita. Neguei por conveniência, a necessidade de
olhar para ele, de cheirar-lhe a pele e beijar-lhe os lábios tão irregulares
quanto sua mente.
Ele por sua vez, mantinha-se calmo, sereno, porém em constante calor,
assim penso eu. Tido por mim não como Apolo, mas como Zeus. Acredito que meus
tão inconstantes sentimentos, perderam os rumos, que já não lhe eram muitos. Em
seu olhar amedrontado podia ver o desejo que lhe corava a pele.
Ela tão simples e feliz, me dizia que ele sim me faria feliz, mas como
acreditar? como acreditar em alguém que só vejo passar?
Correr
Falar
Correr
Falar
Correr
Falar
MInha cabeça virou-se enquanto ela dizia: "Vai, diga, veja-o,
encontre-o, cuide-se". Mas o porque de tudo aquilo? Seria o amor batendo
calmamente? Devagar cercando-me e fazendo-me ceder novamente ao desconhecido?
Ela me ensinou, eu fui, ouvi, senti, não o cheirei, nem tão perto
cheguei para beijar-lhe os lábios que também tremiam de sede pelos meus.
Ele se foi, não voltou mas seus olhos petulantes ainda permeiam meus
pensamentos, seus sorrisos perdidos no mar me fazem acreditar que em uma bela
noite voltará.
Tomei um banho com os planctons.
Aquele que sempre planejei que fosse com ele, mas não foi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário